608 mil desistiram ou trancaram graduação em 2020

Público do ensino superior privado é composto em mais de 90% por alunos das classes C, D e E.

Um estudo do Semesp, entidade que reúne mantenedoras de ensino superior no Brasil, revelou que 608 mil alunos do ensino superior privado desistiram ou trancaram a matrícula no primeiro semestre de 2020, 14,7 % a mais do que no mesmo período do ano passado.

De acordo com o site Uol, outros 565 mil ficaram inadimplentes no semestre, 29,9% a mais do que no ano anterior.

O levantamento foi realizado com 53 instituições particulares de ensino superior. A maior parte delas (67,4%) atende até 7 mil alunos, porte considerado como pequeno ou médio. 

Para a entidade, efeitos causados pela pandemia, como o crescimento do número de desempregados, redução da renda dos trabalhadores e incertezas sobre o retorno das aulas presenciais contribuíram diretamente para o aumento das taxas.

“Composto por mais de 90% de alunos das classes de renda C, D e E, o público do ensino superior privado foi o que mais sofreu com desemprego, perda de renda e suspensão ou redução de contrato de trabalho”, diz o relatório divulgado junto aos dados da pesquisa.

A entidade estima que, devido aos trancamentos, desistências, não rematrículas e também a uma queda no ingresso de alunos no segundo semestre deste ano, o setor perdeu ao menos 423 mil alunos.

O atraso no pagamento das mensalidades é maior entre os alunos de cursos EAD. Nesta modalidade de ensino, a taxa de inadimplência foi de 12,5% no primeiro semestre deste ano. 

No ensino presencial, o percentual ficou em 10,9%, um aumento de cerca de 33% em relação ao observado no primeiro semestre de 2019, quando a taxa de alunos com pagamentos em atraso era de 8,2%. 

A pesquisa ainda mostra que houve uma queda de 19,8% no número de alunos novos nas instituições de ensino no segundo semestre deste ano. 

Essa taxa foi ainda maior se analisados apenas os cursos presenciais, que tiveram percentual de queda de 38,2% na quantidade de ingressantes. Nos cursos da modalidade EAD, a queda no número de ingressos foi de 13,2%.

O levantamento aponta que as taxas de rematrícula também caíram, mas em menor intensidade. No país, esse indicador ficou em 89,7%, taxa 2,6% menor que no mesmo período de 2019.

 

Fonte: Baguete

19 de outubro de 2020