As 10 principais tendências tecnológicas mais estratégicas para 2018, segundo o Gartner

O Gartner define uma tendência tecnológica estratégica como um potencial disruptivo substancial que está começando a sair de um estado emergente para um amplo impacto e uso, ou tendências que estão crescendo rapidamente com um alto grau de instabilidade, atingindo pontos cruciais nos próximos cinco anos.

“As 10 principais tendências tecnológicas estratégicas do Gartner para 2018 se encaixam na Malha Digital Inteligente. A Malha Digital Inteligente é uma base para futuros negócios digitais e ecossistemas”, afirma David Cearley, Vice-Presidente de Pesquisas do Gartner. “Os líderes de TI devem influenciar essas tendências tecnológicas em suas estratégias de inovação ou arriscar-se a perder terreno para aqueles que fizerem isso”, diz Cearley.

As três primeiras tendências tecnológicas estratégicas exploram como a Inteligência Artificial (IA) e o aprendizado de máquina estão se infiltrando em praticamente tudo e representam um campo de batalha importante para os provedores de tecnologia nos próximos cinco anos. As próximas quatro tendências se concentram em misturar os mundos digital e físico para criar um ambiente imersivo e digitalmente aprimorado. As últimos três referem-se a explorar conexões entre um conjunto de pessoas e empresas em expansão, bem como dispositivos, conteúdo e serviços para fornecer resultados em negócios digitais.

As dez principais tendências tecnológicas estratégicas para 2018 são:
Base em AI
A criação de sistemas que possam aprender, adaptar e potencialmente atuar de forma autônoma será um campo de batalha importante para fornecedores de tecnologia, pelo menos até 2020. A capacidade de usar a IA para aprimorar a tomada de decisões, reinventar modelos de negócios e ecossistemas, e refazer a experiência do cliente gerará a recompensa para as iniciativas digitais até 2025.

“As técnicas de Inteligência Artificial estão evoluindo rapidamente e as organizações precisarão investir significativamente em habilidades, processos e ferramentas para explorar com êxito essas técnicas e criar sistemas aprimorados da tecnologia”, afirma Cearley. “As áreas de investimento podem incluir a preparação de dados, integração, algoritmo e seleção de metodologia de treinamento e criação de modelos. Vários eleitores, incluindo cientistas de dados, desenvolvedores e donos de processos de negócios, precisam trabalhar juntos”, diz.

Aplicativos Inteligentes e Analytics
Ao longo dos próximos anos, praticamente todos os aplicativos e serviços incorporarão algum nível de Inteligência Artificial. Obviamente, alguns desses aplicativos inteligentes não poderiam existir sem IA e aprendizado de máquina. Outros serão usuários discretos da IA que fornecem inteligência nos bastidores. Os aplicativos inteligentes criam uma nova camada intermediária entre pessoas e sistemas e têm o potencial de transformar a natureza do trabalho e a estrutura do local.

“Explore aplicativos inteligentes como forma de aumentar a atividade humana e não simplesmente como uma forma de substituir as pessoas”, afirma Cearley. “Analytics aumentada (augmented analytics) é uma área de crescimento particularmente estratégica que utiliza o aprendizado de máquina para automatizar a preparação de dados, a descoberta de insights e a troca de informações para uma ampla gama de usuários empresariais, trabalhadores operacionais e cientistas de dados”, diz.

A Inteligência Artificial tornou-se o próximo grande campo de batalha em uma ampla gama de mercados de software e serviços, incluindo aspectos do planejamento de software de gestão empresarial (ERP). O software e os provedores de serviços integrados devem delinear como eles usarão a IA para adicionar valor comercial em novas versões sob a forma de analytics avançadas, processos inteligentes e experiências avançadas de usuários.

Coisas Inteligentes
As coisas inteligentes são coisas físicas que vão além da execução de modelos de programação rígidos para explorar a IA como forma de oferecer comportamentos avançados e interagir mais naturalmente com seus arredores e com as pessoas. A inovação está gerando avanços para novas coisas inteligentes como veículos autônomos, robôs e drones, e oferecendo capacidade aprimorada para muitas coisas existentes como a Internet de Coisas (IoT), conectada ao consumidor e a sistemas industriais.

“Atualmente, o uso de veículos autônomos em ambientes controlados, por exemplo, na agricultura e mineração, é uma área de coisas inteligentes que cresce rapidamente. É provável que vejamos exemplos de veículos autônomos em estradas limitadas, bem definidas e controladas até 2022, mas o uso geral de carros autônomos provavelmente exigirá uma pessoa no banco do motorista no caso de a tecnologia falhar inesperadamente”, diz Cearley. “Pelo menos pelos próximos cinco anos, esperamos que os cenários de semiautônomos, que exigem um motorista, dominem. Durante esse período, os fabricantes testarão a tecnologia de forma mais rigorosa e as questões não tecnológicas, tais como regulamentos, questões legais e aceitação cultural serão abordadas”, diz.

Gêmeos Digitais
Gêmeos Digitais (Digital Twins) referem-se à representação digital de uma entidade ou sistema do mundo real. Essa tecnologia no contexto de projetos de IoT é particularmente promissora nos próximos três a cinco anos e está liderando o interesse atualmente. Gêmeos Digitais bem projetados de ativos têm o potencial de melhorar significativamente a tomada de decisões empresariais. A inovação está ligada a suas contrapartes do mundo real e é usada para entender o estado do produto ou sistema, responder a mudanças, melhorar as operações e agregar valor. As organizações implementarão a tecnologia de maneira simplificada no início, depois as desenvolverão ao longo do tempo, melhorando sua capacidade de coletar e visualizar os dados certos, aplicar analytics e regras corretas e responder efetivamente aos objetivos comerciais.

“Com o passar do tempo, as representações digitais de praticamente todos os aspectos do nosso mundo estarão conectadas dinamicamente com sua contraparte do mundo real, entre si e carregadas de recursos baseados em IA para permitir simulação, operação e análise avançada”, aponta Cearley. “Os planejadores da cidade, os comerciantes digitais, os profissionais da saúde e os planejadores industriais se beneficiarão com essa mudança de longo prazo para o mundo dos gêmeos digitais integrados”, diz.

Na ponta da Nuvem
A Edge Computing descreve um tipo de computação em que o processamento de informações e a coleta e entrega de conteúdo são colocados mais perto das fontes dessa informação. Os desafios de conectividade e atraso, restrições de largura de banda – bandwidth – e maior funcionalidade embutida favorecem modelos distribuídos. As empresas devem começar a usar padrões de design Edge em suas arquiteturas de infraestrutura, particularmente para aqueles com elementos significativos de IoT.

Embora muitos vejam Nuvem e Edge como abordagens concorrentes, a Nuvem é um estilo de computação no qual as capacidades de tecnologia escaláveis são entregues como um serviço e, inerentemente, impõe um modelo centralizado.

“Quando usado como conceitos complementares, a Nuvem pode ser o estilo de computação usado para criar um modelo orientado a serviços e uma estrutura centralizada de controle e coordenação, com a Edge sendo utilizada como um estilo de entrega, permitindo a execução de processos desconectados ou distribuídos do serviço na Nuvem”, afirma Cearley.

Plataformas Conversacionais
As plataformas conversacionais impulsionarão a próxima grande mudança de paradigma na forma como os seres humanos interagem com o mundo digital. O dever de traduzir a intenção muda do usuário para o computador. A plataforma pega uma pergunta ou comando do usuário e depois responde executando algumas funções, apresentando alguns conteúdos ou solicitando uma entrada adicional. Nos próximos anos, as interfaces conversacionais se tornarão um objetivo principal de design para a interação do usuário e serão entregues em hardware dedicado, recursos de sistema operacional, plataformas e aplicativos.

“As plataformas conversacionais atingiram um ponto de inflexão em termos de compreensão da linguagem e da intenção básica dos usuários, mas eles ainda são baixos”, afirma Cearley. “O desafio que as plataformas conversacionais enfrentam é que os usuários devem se comunicar de forma muito estruturada, e esta é muitas vezes uma experiência frustrante. Um diferencial importante entre as plataformas conversacionais será a potência de seus modelos conversacionais e a interface de programação de aplicativos (API), com modelos de eventos usados para acessar, invocar e orquestrar serviços de terceiros para oferecer resultados complexos”, explica.

Experiência Imersiva
Enquanto as interfaces conversacionais estão mudando a forma como as pessoas controlam o mundo digital, as realidades virtuais, aumentadas e mistas estão mudando a maneira como as pessoas percebem e interagem com o mundo digital. O mercado da realidade virtual (VR) e da realidade aumentada (AR) é atualmente jovem e fragmentado. O interesse é alto, resultando em muitas aplicações de novidades em VR que oferecem pouco valor comercial real fora do entretenimento avançado, como videogames e vídeos de 360 graus.

Para gerar benefícios empresariais reais e tangíveis, as empresas devem examinar cenários específicos da vida real nos quais VR e AR possam ser aplicados para tornar os funcionários mais produtivos e aprimorar os processos de design, treinamento e visualização.

A realidade mista, um tipo de imersão que combina e estende a funcionalidade técnica tanto de AR como de VR, está emergindo como escolha de experiência imersiva, proporcionando uma tecnologia atraente que otimiza sua interface para combinar melhor a maneira como as pessoas visualizam e interagem com o mundo. A realidade mista existe ao longo de um espectro e inclui displays head-mounted (HMDs) para realidade aumentada ou virtual, bem como AR com smartphone e tablets e uso de sensores ambientais. A realidade mista representa o alcance de como as pessoas percebem e interagem com o mundo digital.

Blockchain
O blockchain está evoluindo de uma infraestrutura de moeda digital para uma plataforma de transformação digital. As tecnologias de Blockchain oferecem uma saída radical dos atuais mecanismos centralizados de transação e manutenção de registros e podem servir como base de negócios digitais disruptivos tanto para empresas estabelecidas quanto para startups. Embora as propagandas exageradas sobre blockchain tenham originado no setor de serviços financeiros, o blockchain têm vários potenciais de aplicações, incluindo governo, saúde, fabricação, distribuição de mídia, verificação de identidade, registro de títulos e cadeia de suprimentos. Embora seja uma promessa de longo prazo e que, sem dúvida, criará uma disrupção, a inovação está mais à frente do que a realidade atual de blockchain e muitas das tecnologias associadas estarão ainda imaturas nos próximos dois ou três anos.

Event Driven
O negócio central para o digital é a ideia de que o negócio está sempre monitorado e pronto para explorar novos momentos comerciais digitais. Os eventos de negócios podem ser qualquer coisa que seja percebida digitalmente, refletindo a descoberta de condições importantes ou mudanças de condições, por exemplo, a conclusão de uma ordem de compra ou desembarque de uma aeronave. Com o uso de agentes de eventos, IoT (Internet das Coisas), Cloud Computing (computação na Nuvem), blockchain, gerenciamento de dados na memória e IA (Inteligência Artificial), eventos comerciais podem ser detectados mais rapidamente e analisados com maiores detalhes.

Mas a tecnologia sem mudanças culturais e da liderança não fornece o valor total do modelo conduzido por evento. O negócio digital impulsiona a necessidade de líderes de TI, planejadores e arquitetos de abraçarem o pensamento por evento.

Risco Adaptativo Contínuo e de Confiança
Para ativar de forma segura as iniciativas de negócios digitais em um mundo de avançados e focados ataques, líderes de segurança e gerenciamento de riscos devem adotar uma abordagem de avaliação contínua de risco adaptativo e de confiança (CARTA – Continuous Adaptive Risk and Trust Assesment) para permitir a tomada de decisões em tempo real, com base no risco e na confiança e com o uso de respostas adaptativas. A infraestrutura de segurança deve ser adaptável em todos os lugares, para abraçar as oportunidades e gerenciar os riscos que se movem à velocidade do negócio digital.

As organizações devem superar as barreiras entre as equipes de segurança e as equipes de aplicativos, assim como as ferramentas e processos de DevOps superam a divisão entre desenvolvimento e operações. Os arquitetos de segurança da informação devem integrar o teste de segurança em múltiplos pontos nos fluxos de trabalho de DevOps de forma colaborativa, que é amplamente transparente para os desenvolvedores e preserva o trabalho em equipe, a agilidade e a velocidade de DevOps e os ambientes de desenvolvimento ágil, entregando DevSecOps. Avanços em tecnologias como virtualização e redes definidas por software tornaram mais fáceis a implantação, gerenciamento e monitoramento de “honeypots adaptativos” – o componente básico da fraude baseada em rede.

Fonte: TI Inside

27 de outubro de 2017