As diferenças entre empreender no Brasil e no exterior

No Brasil, há muito menos fundos que investem em capital de risco (“Venture Capital”) do que em mercados mais desenvolvidos. A renda do país é muito concentrada e no ecossistema de startups não é diferente.

Há grande concentração de capital, então se o empreendedor é parte deste grupo, o acesso ao capital tende a ser maior. Se você não é, o caminho pode ser um pouco mais difícil, porém não impossível – existirão passos adicionais que o empreendedor precisará dar, como trabalhar um tempo com algum empreendedor de sucesso ou participar de comunidades.

Quanto aos talentos no mercado de tecnologia, há uma relativa defasagem no Brasil se comparado a países como Alemanha e Estados Unidos. Além disso, desenvolvedores brasileiros preferem empregos no exterior, já que são trabalhos de performance remota com salários mais altos e em dólar. Enquanto os que decidem desenvolver suas carreiras no Brasil, encontram diversas empresas brigando por eles.

Uma alternativa para compensar esse “gap” de recursos é oferecer benefícios e criar uma cultura que os faça realmente satisfeito com seus trabalhos. Em contrapartida, as oportunidades de negócio são destaque no Brasil. Por conta da dificuldade de inovação tecnológica as oportunidades de negócio aqui enormes e menos competitivas.

Nos Estados Unidos, por exemplo, há uma cultura muito forte de startup e transformação de modelos de negócios tradicionais, o que faz com que a disputa seja mais agressiva. Nubank e Dr. Consulta são exemplos de empresas que enxergaram essas oportunidades e transformaram os mercados em que se encontram. Empreender por si só, já é um desafio. Sem as ferramentas e informações adequadas é ainda mais difícil. Mas, uma vez que essas barreiras iniciais são ultrapassadas, há um oceano azul de oportunidades prontas para serem desenvolvidas no Brasil.

Fonte: Jornal do Comércio 

17 de agosto de 2018