Desenvolvimento de software vai mudar drasticamente nos próximos dois anos

Ao apontar o que prevê para 2021, Werner Vogels, vice-presidente, guru e CTO da Amazon.com, deu um passo atrás e lembrou que, no ano passado, quando esboçou seus pensamentos acerca de 2020, não estava prevendo um ano de pandemia.

“Este ano foi uma revolução para alguns de nós”, disse, assinalando que muitos clientes não tinham realmente planejado ir para a AWS, mas aproveitaram a oportunidade para acelerar a mudança. Nesse sentido, a AWS ajudou a construir resiliência necessária para as empresas serem capazes de lidar com a adversidade imposta. O guru da AWS acredita que vamos ver avanços em hardware e fez uma previsão: o ambiente de desenvolvimento de software vai mudar drasticamente nos próximos dois anos.

No AWS re:Invent desta quinta-feira, 17/12, Vogels assinalou que as mudanças decorrente do novo estilo de vida na pandemia, muito mais online, ficam como uma marca incorporada as novas tendências, que passam pela educação online as atividades que as pessoas passaram a fazer virtualmente, como a meditação. Há oportunidades se abrindo, destacou, assinalando que a área educacional, mídia e entretenimento terão progresso nos próximos anos.

O especialista disse ainda que a comunicação das máquinas também começa a aumentar, com mais conexões sendo feitas. Análise de áudios-vídeos, mesmo aqueles com transmissão em tempo real, deve ganhar força, assim como o aprendizado de máquina passa a desempenhar um papel cada vez mais importante acompanhando os fluxos de dados. “Esse tipo de coisa é realmente uma nova onda de onde a comunicação de máquina para máquina está chegando para assumir o tipo de coisas que nós, como humanos, fazemos na internet”, pontuou Werner Vogels.

Tecnologias que já existem há alguns anos, como aprendizado de máquina e inteligência artificial, explodiram em 2020. “Se você olhar para a saúde, por exemplo, na Covid-19, vê que pesquisadores, que coletaram raios-X, ressonância magnética e tomografias computadorizadas de todo o mundo de pessoas infectadas com Covid-19, tentam determinar como seus pulmões reagem a certos medicamentos e coisas assim, literalmente, sentados em todos os tipos de milhões de ativos”, explicou.

Para ele, o aprendizado de máquina, como consequência do aumento de conjuntos de big data e de dados mais complexos, está se tornando cada vez mais comum. “Mas o que também vimos é que o aprendizado de máquina não é algo que existe apenas para a ciência de dados, mas, sim, para construir aplicativos para todos”, disse. “E então, também vai junto com a ideia de que nuvem costumava ser algo que era simplesmente uma entidade centralizada. Não é mais; a nuvem está em toda parte e pronta para ser movida para a borda, para perto dos pontos de acesso”, acrescentou.

Werner Vogels também assinalou que a pandemia evidenciou que a tecnologia precisa ser acessível e não apenas para os nativos digitais; mas para todos. Segundo ele, ter uma interface centrada na máquina facilita o processo de usabilidade e melhora a experiência do usuário. O especialista abordou ainda a computação quântica. Falando sobre o Amazon Brake, Vogels pontuou que ele oferece a todos, pela primeira vez, acesso a uma espécie de computação quântica. “Foi uma espécie de revelação para muitas empresas”, completou.

 

Fonte: Convergência Digital

17 de dezembro de 2020