Empresas brasileiras ainda têm planos imaturos para proteção de dados pessoais, diz estudo

O tema não é prioridade para as empresas, apesar da iminente aplicação de regulamentações

A empresa de consultoria Ernst & Young e a Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes) criaram uma ferramenta de avaliação para saber o nível de preparação das empresas em relação às regulamentações da Lei de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).

A pesquisa resultante da parceria mostra que 60% das organizações têm atualmente um baixo nível de maturidade no que diz respeito à conformidade com as Normas Gerais de Proteção de Dados a serem aplicadas, de acordo com publicação do site ZDNet.

A maioria das empresas brasileiras ainda tem estratégias incipientes de proteção de dados e isso não está sendo priorizado pelas organizações, segundo pesquisa da EY. O levantamento foi realizado com mais de 1.480 empresas de setores como tecnologia, agronegócio, finanças e manufatura.

A ferramenta busca educar e auxiliar empresas de todos os portes no processo de adequação às novas regulamentação. A ferramenta faz 61 perguntas para o usuário sobre como a empresa está lidando com dados pessoais, direitos pessoais, transferências internacionais de dados, deveres das organizações que lidam com dados e como lidar com incidentes.

Então o resultado é comparado com a pontuação das organizações com a média nacional e setorial, porte e localização da empresa. Com o resultado, as empresas obtêm uma pontuação de conformidade, com recomendações do que podem fazer para aumentá-la e reduzir seus riscos e exposição a possíveis incidentes de proteção de dados, de acordo com a publicação.

“Estar ciente dos riscos à privacidade de uma perspectiva holística é o primeiro passo para a tomada de decisões de negócios alinhadas aos interesses de construção de confiança”, disse Marcos Sêmola, Sócio de Cibersegurança da EY.

A LGPD foi aprovada em 2018 e estava prevista para valer a partir de agosto de 2020. No entanto, em abril deste ano, a introdução das regras foi adiada para maio de 2021 depois que o governo concluiu que algumas organizações não seriam capazes de adaptar-se à tempo, o que foi posteriormente derrubado pelo Senado.

Então a Medida Provisória nº 959, que adia para 31 de dezembro de 2020 a vigência da maior parte das regras da LGPD, foi aprovada pelo Senado Federal e entrará em vigor assim que o projeto de lei de conversão for sancionado pelo Presidente da República.

 

Fonte: Computerworld

09 de setembro de 2020