Estudo mostra efeitos da pandemia sobre mulheres que trabalham em TI

Quando o CEO é homem, 85% das mulheres se dizem esgotadas, contra apenas 15% se o principal executivo é mulher

A Girls in Tech, organização global sem fins lucrativos que trabalha para eliminar a lacuna de gênero na tecnologia, publicou os resultados de seu estudo de 2021 The Tech Workplace for Women in the Pandemic.

 O estudo demonstra o efeito devastador da Covid-19 sobre as mulheres na força de trabalho de tecnologia, incluindo a taxa alarmante de esgotamento entre mulheres que trabalham com chefes homens. 

O Girls in Tech também anunciou novos signatários de sua carta aberta aos líderes de tecnologia exigindo adesão ao compromisso Half the Board: 50/50 by 2025 (Metade do Conselho: 50/50 até 2025), que prevê que os conselhos de administração sejam compostos por pelo menos 50% de mulheres até 31 de dezembro de 2024.

“Os resultados de nosso estudo foram bastante claros: as mulheres em tecnologia estão esgotadas por causa da Covid e as organizações devem reconhecer que isso está em um nível de crise”, disse Adriana Gascoigne, fundadora e CEO da organização. 

“Ficamos particularmente surpresas ao saber o impacto do gênero de um supervisor na taxa de esgotamento das mulheres. Para este Mês da História das Mulheres, pedimos às organizações que reconheçam essa disparidade, se aprofundem para entender melhor o problema e tomem medidas reais e significativas para uma mudança positiva”, enfatizou.

Os resultados da pesquisa são baseados em 552 entrevistas realizadas online entre 15 de setembro de 2020 e 22 de outubro de 2020 com membros do Girls in Tech. A pesquisa perguntou como elas estão lidando com a pandemia e descobriu que os chefes do sexo masculino estão “queimando” as mulheres em um ritmo muito maior do que os chefes do sexo feminino. 

Uma das principais descobertas do estudo foi que 63% das entrevistadas com supervisores homens relataram sentir-se exaustas, em comparação com 44% daqueles com supervisoras. Além disso, quando o mais alto executivo da empresa (CEO, por exemplo) é do sexo masculino, taxas de esgotamento ainda maiores foram relatadas: especificamente, 85% das entrevistadas que trabalham em organizações em que o executivo mais alto é do sexo masculino relatam estarem esgotadas em comparação com apenas 15% quando o executivo de topo é mulher.

No geral, quase 76% das entrevistadas relataram estar exaustas desde a pandemia em março de 2020. Embora as taxas de esgotamento sejam extremamente altas, uma porcentagem esmagadora (93%) de funcionárias em tempo integral diz que têm sorte de ter um emprego.

As mães trabalhadoras estão se esgotando a taxas mais altas, com 78% das pessoas que têm filhos em casa relatando que é difícil conciliar trabalho e responsabilidades domésticas; e com 79% se dizendo completamente esgotadas.

Já 87% das profissionais em tempo integral esperam que a força de trabalho pareça muito diferente após a pandemia, com mais de 82% esperando que os empregadores se ajustem para atender às diferentes necessidades de seus funcionários e 88% esperando benefícios diferentes de seus empregadores pós-pandemia.

Apesar as dificuldades em conciliar trabalho e tarefas domésticas, 76% das funcionárias em tempo integral preferem trabalhar em casa a trabalhar no escritório. Muitos não esperam retornar ao escritório pessoalmente uma vez que as restrições impostas pela pandemia sejam suspensas.

Mais de uma em cada quatro mulheres (27%) relatam ter sofrido assédio sexual no local de trabalho e 41% dizem que há desigualdade racial em seus locais de trabalho.

 

Fonte: InforChannel

23 de março de 2021