Home office e LGPD aumentam a necessidade de investimentos em cibersegurança, que já estavam em alta

Prejuízos por ataques cibernéticos e multas pela legislação precisam estar no radar das empresas

Os investimentos em cibersegurança aumentaram ainda mais em 2020. E isso não foi por acaso. A pandemia mudou praticamente tudo na vida das pessoas, mas, principalmente, a maneira como se trabalha. Se antes o home office era um desejo de muitos colaboradores e colocado em prática apenas por poucas companhias, agora se tornou uma realidade irreversível.

Isso mudou o mercado de proteção de dados como um todo. Segundo a consultoria Gartner, os investimentos globais em segurança da informação e gestão de risco em 2020 devem fechar em US$ 123,8 bilhões, uma expansão de 2,4%. Em 2021, a alta deve ser ainda maior. Mas um número que chama bastante a atenção é o crescimento específico para o segmento de segurança em nuvem, fundamental para a manutenção do regime de home office: 33,3%.

Uma das empresas que mais aproveitaram esse movimento para crescer foi a multinacional Fortinet, líder global e nacional em cibersegurança. No Brasil, o salto foi grande: no primeiro semestre de 2020, a companhia ampliou sua participação no mercado de 52% para 56,1%, segundo dados da IDC.  A Fortinet conquistou ainda um aumento de 54% no segmento de segurança em nuvem no país, atingiu a cobertura comercial de 100% do território nacional e inaugurou um Centro de Assistência Técnica em Uberlândia (MG) e um novo escritório para a sua sede em São Paulo (SP).

“O mercado está se movimentando e as empresas estão pensando no retorno do investimento em cibersegurança como um todo e fazendo cálculos do benefício que isso traz”, afirma Frederico Tostes, diretor-geral da Fortinet Brasil e VP de cloud para a América Latina e o Caribe.

De fato, o investimento nessa área serve muito para evitar grandes prejuízos, causados por invasões e sequestro de dados, como o ransomware, que pode paralisar toda uma operação em segundos. E se o home office ajudou as empresas a se recuperar mais rápido de um período tão incerto e complicado, ele também ajudou a aumentar as brechas de segurança.

Tudo isso no momento em que a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) entrou em vigor. Desde setembro de 2020, as companhias precisam seguir uma série de regras definidas pelo governo de responsabilidade com os dados de seus clientes e usuários. Por enquanto, as multas estão sendo postergadas em nome de um processo de educação das empresas. Mas isso não se manterá por muito tempo.

No fim deste ano, as multas poderão chegar a até 2% do faturamento com limite para R$ 50 milhões.

“A LGPD mostra que a segurança não é mais uma opção. A empresa vai ter que criar processos e regras para garantir a infraestrutura, e diversos países, como o Brasil, deixaram para a última hora”, diz Tostes. “As empresas que não correrem para se adequar podem ter, de fato, um prejuízo ainda maior.”

Cibersegurança é necessidade

Logo, se a pandemia do novo coronavírus transformou o home office numa necessidade, com a LGPD, a cibersegurança se tornou uma real obrigação das companhias.

E isso vai impactar o crescimento de outros tipos de serviços digitais. Um caso é o das redes SD-WAN, em que a Fortinet é líder de mercado. A tecnologia possui uma seleção dinâmica de caminho entre diferentes tipos de conectividade (4G/5G ou banda larga) e permite que as companhias acessem todas as aplicações em nuvens vitais para os negócios de forma rápida, simplificada e segura.

“A função da SD-WAN é essencial em um mundo em que tudo está conectado na nuvem. Antes, a tecnologia MPLS era suficiente, mas isso mudou. Hoje, com tudo feito a distância, a SD-WAN segura consegue trazer os melhores níveis de desempenho, mas sem comprometer a segurança”, explica Tostes.

O custo total de propriedade (TCO), aliás, é reduzido com a tecnologia Secure SD-WAN. Ou seja, além de a tecnologia ser mais rápida e segura, o custo-benefício da companhia também aumenta. Não por acaso, o Gartner acredita que, até 2023, metade das grandes empresas se conectará à nuvem utilizando a SD-WAN.

“Antes de investir, é preciso um planejamento de todo o negócio, entender exatamente quais são as reais necessidades da empresa, para não deixar brechas de segurança nem desperdiçar recursos. Cada negócio é de um jeito”, diz Tostes.

E é pensando nisso que a Fortinet aposta em um modelo de negócio além da entrega de softwares. Também entram nesse pacote equipes com especialização em diversos setores da indústria e cursos gratuitos online para capacitar qualquer pessoa que use a internet sobre como proteger os próprios dados e os das empresas para qual trabalha.

“A cibersegurança não é uma solução única, e sim um conjunto de fatores. Mas isso não significa que tem que ser complicado ou caro. Por meio de uma gestão unificada e ferramentas fáceis de utilizar, empresas de todos os tamanhos podem estar seguras ao mesmo tempo que melhoram o desempenho de seus negócios e a experiência de seus usuários e clientes, completa Tostes.

 

Fonte: Valor Econômico

18 de janeiro de 2021