Onde estão as desenvolvedoras de software no mundo?

Uma pesquisa do portal HackerRank, que concentra desafios para desenvolvedores, revelou quais os países abrigam as desenvolvedoras mais habilidosas. O HackerRank não coleta dados sobre o sexo ou gênero dos aproximadamente dois milhões de usuários, então eles tiveram que fazer algumas suposições com base nos primeiros nomes dos usuários; eles também excluíram nomes unisex como Taylor ou Riley, o que poderia distorcer um pouco os dados. Seu pool de dados final abrangia cerca de 80% de sua base total de usuários.

De acordo com o estudo, 17% de seus usuários são mulheres no geral. Mas, ao estreitar o conjunto de dados a partir de 2016, eles descobriram que 24% dos usuários naquele ano eram mulheres. Ou seja, houve queda no número de mulheres programadoras que utilizam a plataforma.

O levantamento também descobriu que a Índia, os Emirados Árabes Unidos, a Romênia, a China, o Sri Lanka e a Itália são os seis países com a maior porcentagem de mulheres desenvolvedoras. É interessante que a Ásia e a Europa Oriental estivessem tão bem representadas – o único país da Europa Ocidental no top 10 era a Itália. Os EUA chegam ao número 11. Será que esses países investem mais em educação STEM, ou que existem diferentes normas culturais em torno das mulheres na tecnologia?

A pesquisa também descobriu que desenvolvedores da Rússia, Itália, Polônia, China, França e Romênia obtiveram os mais altos desafios em algoritmos, que envolvem, por exemplo, busca de palavras-chave, classificação de dados e programação dinâmica, entre outros. Uma coincidência que os desenvolvedores russos (independentemente de sexo ou gênero) obtêm a maior pontuação nesta área, considerando a ascensão da Rússia como um poder cibernético? Ou mais uma prova de que o país entende o poder do software e como competir em uma era digital?

Brasil

O Brasil aparece apenas na 43 colocação, entre os 50 melhores colocados. No nosso país, a porcentagem de mulheres na programação é de apenas 5,8%.

Mas, na escala de desempenho, o Brasil aparece melhor colocado. O HackerRank analisou as pontuações médias das mulheres nos desafios de algoritmos (que são responsáveis ​​por mais de 40% de todos os testes do HackerRank realizados) para descobrir. Os desafios de algoritmos incluem classificação de dados, programação dinâmica, pesquisa por palavras-chave e outras tarefas baseadas em lógica. As pontuações normalmente variam de 0 a 115 pontos.

O país da UE com mais mulheres em tecnologia: Bulgária

Segundo a agência de estatísticas da União Européia, Eurostat, a Bulgária tem a maior porcentagem de mulheres em tecnologia de qualquer país do bloco de 28 membros da UE. As mulheres constituem 26,5% dos profissionais de tecnologia da informação e comunicação (e lidera a UE em número de mulheres matriculadas na educação em TIC, com 33%). Em contraste, a média do resto da UE é de 17,5%. Nos EUA, as mulheres detêm 26% dos empregos relacionados à computação e matemática.

Pode ser por causa da história comunista do país, diferenças sociais e culturais nos papéis esperados das mulheres e / ou maior representação das mulheres no campo.

“Na Bulgária há muitos modelos femininos que estão incentivando a próxima geração de mulheres a escolher carreiras nas indústrias de computadores – de certa forma, os preconceitos que existem na maioria dos países são menores na Bulgária”, diz Sasha Bezuhanova, uma especialista veterana da indústria de tecnologia.

Talvez o Vale do Silício deva tomar nota.

Fonte: Computerworld

19 de outubro de 2018