Pacto Alegre: a inovação no futuro da Capital

Cada vez mais colaborativa, com a sociedade civil e as universidades atuando fortemente para contribuir com a criação de um ambiente mais atrativo para investimentos e capaz de reter talentos. Definitivamente, Porto Alegre avança de forma mais madura para se tornar uma smart city e chega ao seus 249 anos, data celebrada na próxima sexta-feira, mais preparada para o futuro. 
 
O conceito de cidade inteligente atrelado unicamente ao número de pontos de internet disponíveis já ficou no passado. “Precisamos, sim, das tecnologias digitais, mas de nada isso vai adiantar se parte da população continuar na miséria e não tivermos uma estratégia clara para sustentar a sociedade do conhecimento”, aponta Fernando Mattos, que lidera o Gabinete de Inovação da prefeitura municipal.
 
A ideia de que cada um deve se focar em si e esquecer o coletivo também começa a ser superada, ainda que mais lentamente. Uma das iniciativas responsáveis por ajudar muito na construção dessa nova lógica é, sem dúvida, o Pacto Alegre, movimento de articulação e eficiência na realização de projetos transformadores e com amplo impacto para a cidade.
 
O projeto, que completa dois anos no dia 26 de março, é resultado da Aliança pela Inovação de Porto Alegre, uma articulação entre Ufrgs, Pucrs e Unisinos para potencializar ações de alto impacto em prol do avanço do ecossistema de inovação e do desenvolvimento.
 
“Queremos transformar Porto Alegre em um ecossistema de inovação de classe mundial, que tenha como resultado a melhoria da qualidade de vida das nossas pessoas. Não queremos ser um polo exportador e sim de atração de talentos e de novos empreendimentos”, destaca Jorge Audy, superintendente de Inovação e Desenvolvimento da Pucrs e do Tecnopuc e um dos idealizadores da Aliança pela Inovação de Porto Alegre.
 
Essa sempre foi a visão do Pacto Alegre, que vive em 2021 uma fase de transição, buscado um novo alinhamento com a nova gestão da capital gaúcha para desenhar o que virá pela frente.
 
Alguns projetos do Pacto Alegre estão concluídos, e só aguardando o lançamento oficial, como o Iberê Camargo Digital e o Marcas de Porto Alegre. O cenário nebuloso provocado pela pandemia da Covid-19, especialmente a crise sanitária que estamos vivendo, impediu as comemorações e a apresentação em uma cerimônia destes avanços.
 
O coordenador do Pacto Alegre, Luiz Carlos Pinto da Silva Filho, comenta que esse segundo aniversário chega com um misto de sentimentos. De um lado, tristeza pela impossibilidade de fazer uma celebração que marcasse essa trajetória de aceleração dos projetos sendo entregues. De outro, o orgulho da aderência e da tração que essa iniciativa alcançou.
 
“Celebramos a resiliência e a relevância do movimento, que conseguir tocar o coração e estimular as mentes de muitas lideranças institucionais e voluntários, que se engajaram numa agenda coletiva e colaborativa”, comenta. De fato, o maior valor do Pacto Alegre está no que ele está estimulando, nessa união de forças. Caso do Instituto Caldeira, que nasceu da visão de 40 empresários gaúchos que aportaram recursos para a construção deste projeto no quarto distrito e que está pronto para receber as empresas.
 
Negócios de impacto

Pedro Valério, diretor executivo do Instituto Caldeira

“O Instituto Caldeira surgiu da vontade de muita gente de fazer negócios de impacto no Rio Grande do Sul. Acreditamos que a nossa cidade precisa olhar para a nova economia e colaborar para alcançarmos a competitividade necessária para enfrentarmos o que vivemos hoje e o que virá amanhã”

Economia do conhecimento

Julio Ricardo Mottin Neto, presidente executivo do Grupo Dimed

“O único caminho que temos é a aposta na inovação. Estamos mal localizados geograficamente e não vamos ter indústrias interessadas em se instalar aqui, mas temos mão de obra de muita qualidade e muito espaço para Porto Alegre crescer dentro da lógica da economia do conhecimento. Precisamos tornar a nossa cidade um melhor lugar para se morar e trabalhar. 

Vocação para grandes feitos

José Renato Hopf, CEO da 4all

“Inovação é prática. É a nossa capacidade de fazer antes, fazer melhor e fazer diferente. Porto Alegre tem muitas iniciativas que seguem esta ordem e que nos orgulham, como o Tecnopuc, o Instituto Caldeira e a Fábrica do Futuro. A nossa cidade tem vocação para grandes feitos nesta área. É tempo de olhar o presente, ser realista, atento e ainda mais colaborativo”.

Oportunidades para o empreendedorismo

Frederico Mentz, sócio fundador AnLab

“Estamos vendo um movimento impressionante de conexão na cidade, onde diversas iniciativas estão gerando um verdadeiro ecossistema, possibilitando a conexão entre empresas, startups, academia e sociedade. É muito estimulante vermos esta evolução e o quanto isso poderá beneficiar a todos, gerando novos negócios e oportunidades para o empreendedorismo”. 

Ambiente inspirador

Rafael Prikladnicki, gestor de relacionamento e Negócios do Tecnopuc

“Uma cidade inteligente precisa de tecnologia, de serviços, de ativos de inovação e desenvolvimento. Mas precisa de pessoas. Tudo isso vem se consolidando em Porto Alegre por meio de vários movimentos, como o Pacto Alegre e o POA Inquieta. Diversas pessoas e organizações trabalham incansavelmente para criar um ambiente inspirador e contribuir para um futuro melhor para a cidade”. 

Arte e inovação

Carmen Ferrão, sócia superintendente do Grupo Lins Ferrão e presidente da Fundação Bienal do Mercosul gestão 2020/2022

“Arte e inovação estão em constante sincronicidade. Estamos vivendo um momento de profunda importância e transformação em Porto Alegre. O meio cultural está se adaptando e os artistas estão se voltando para novos formatos, usando os meios digitais, a tecnologia e a inovação”.

Hub de negócios

 Cleber Prodanov, reitor da Universidade Feevale e que estáà frente do Hub One Porto Alegre

“Queremos contribuir para Porto Alegre se tornar uma cidade inteligente de verdade, apoiando a sua transformação em um hub de negócios e de inovação. O poder público, as universidades e as empresas precisam fazer isso acontecer para que a cidade absorva esse conceito e possa transferir isso aos cidadãos”. 
 
 
Fonte: Jornal do Comércio
 
23 de março de 2021