Rio Grande do Sul lidera maior hackathon on-line contra o coronavírus no Brasil

O Rio Grande do Sul deu a largada para aquele que deverá ser o maior hackathon online do Brasil de busca de ideias estruturadas para combater os impactos do COVID-19 na sociedade. A meta é que essa maratona de inovação aberta e colaborativa receba entre 200 e 300 ideias, que resultem em 20 soluções para ajudar o Brasil a emergir da crise do coronavírus.
 
Mais de 20 cidades brasileiras deverão colaborar – apenas ontem, sete do Nordeste já aderiram. A iniciativa é da GROW+ Aceleradora de Startups, que tem a governança do projeto, e conta com a parceria de mais de 40 empresas e instituições, como a Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia, o Pacto Alegre, o HealthPlus e o BioHub.
 
“Precisamos do maior número possível de pessoas com ideias e pensando de forma estruturada para atendermos essa pandemia do coronavírus”, explica o cofundador e CEO da GROW+, Paulo Beck.
 
O projeto do Covid-19 Hackathon Online está sendo executado a toque de caixa por pessoas que estão se engajando na iniciativa a cada dia. As inscrições poderão ser feitas até às 18 horas do próximo domingo, dia 22, em uma plataforma digital que está sendo customizada pelo grupo e será divulgada nessa sexta-feira. Qualquer pessoa interessada pode participar, não é preciso ter uma empresa.
 
A maratona acontece de 23 de março, quando serão formados os grupos de trabalho, até 27 de março, momento em que ocorrerá a definição das melhores ideias. É possível encontrar mais informações pelo Instagram @growplusventures.
 
“Essa é uma iniciativa pautada pelas necessidades de saúde, com uma visão muito positiva de focar em problemas que estão sendo definidos por especialistas”, comenta o secretário de Inovação, Ciência e Tecnologia do Estado, Luis Lamb.
 
Os grupos vão trabalhar para entender a realidade que envolve cada uma das personas escolhidas em busca de ideias para resolver os problemas que elas enfrentam.
 
Por exemplo, será que não existe uma forma de levar a vacina contra a gripe até o idoso, para que ele não precise sair de casa nesse momento de risco elevado de contágio? “Estamos atrás de um analgésico para a dor dessas pessoas, que pode ser um paciente ou familiar, um funcionário de uma grande empresa que está em quarentena ou alguém que está sofrendo com sintomas e precisa ir ao médico”, relata Beck. A partir disso, serão desenvolvidas soluções para todos que está sendo impactados, como hospitais, profissionais de saúde, órgãos governamentais, pacientes, entre outros.
 
O empreendedor explica, porém, que essa não é uma chamada tradicional, como costuma acontecer muito nos ecossistemas de inovação. Não se trata de procurar startups para atender a desafios previamente estabelecidos. “Não queremos reunir mil ideias e não saber como aplicar. O mundo inteiro está fazendo isso, e não está se mostrando efetivo. As respostas positivas foram poucas e pontuais”, diz.
 
Por isso, esse modelo proposto agora é o de uma maratona de ideação totalmente estruturada, que contará com as metodologias da GROW+, sem custo algum. Na primeira fase, que já aconteceu, foi feito o detalhamento das personas, como assintomáticos, idosos etc. Na segunda, será realizada a jornada dos usuários, para entender a realidade de cada um deles. A terceira etapa é a da ideação e a quarta será a da seleção das 20 ideias escolhidas.
 
“A partir daí vamos buscar conexões com startups que tenham as soluções ou, se precisar, partir para o desenvolvimento. Temos duas semanas para fazer tudo”, diz Beck, empolgado, acrescentando que também já estão sendo identificados investidores para poder fazer as soluções idealizadas chegarem ao mercado.
 
Fonte: Jornal do Comércio
 
19 de março de 2020