Vagas de emprego em criptomoedas e blockchain permanecem não preenchidas

Novos dados do site de empregos Indeed mostram que número de pessoas que pesquisam empregos nas áreas de blockchain e criptografia continua a cair

Apesar do número de vagas nas áreas de blockchain e criptomoedas ter disparado nos últimos quatro anos, as pesquisas por esses cargos vêm diminuindo drasticamente, segundo levantamento realizado pelo site de empregos Indeed.

No ano passado, os anúncios de empregos relacionados a criptomoedas e blockchain aumentou 26%. No entanto, as pesquisas feitas por profissionais nessas áreas diminuiu 53%. Ao que tudo indica, a redução de interesse no setor está diretamente ligado ao fim do hype do Bitcoin.

“Anteriormente, descobrimos como a volatilidade do Bitcoin parece se correlacionar ao interesse dos candidatos a vagas de emprego, e a mudança nos preços do bitcoin neste ano pode ser o motivo pelo qual as pesquisas caíram”, explicou Allison Cavin, do Indeed.

Vale destacar, no entanto, que a incompatibilidade entre o número de vagas criadas e o número de candidatos qualificados para preenchê-las sempre foi desigual. De acordo com o Indeed, entre setembro de 2015 e setembro de 2019, os cargos ligados às criptomoedas cresceram 1.457%. Durante o mesmo período, a parcela de pesquisas aumentou apenas 469%. Nos últimos dois anos, o valor do Bitcoin está passando por uma montanha-russa.

Em 2018, o preço da criptomoeda caiu de quase US$ 19,5 mil em fevereiro para cerca de US$ 3,6 mil no final do ano passado. Apesar disso, em 2018 o valor do Bitcoin saltou para mais de US$ 12 mil antes de voltar aos US$ 9,2 mil (valor praticado hoje). Para os especialistas, essa volatilidade parece estar desmotivando potenciais candidatos a vagas no setor. “Pela primeira vez, o número de empregos excedeu o número de pesquisas”, declarou Cavin. “Dessa forma, pode ser razoável supor que, se o Bitcoin apresentar quedas dramáticas novamente, um candidato que procura uma vaga para trabalhar com blockchain enfrentará menos concorrência do que depois de um grande aumento.”

Menos concorrência, mais oportunidades

Um relatório da Janco Associates, publicado em abril deste ano, mostrou que as vagas para atuar com blockchain permaneceram não preenchidas. Por conta da escassez de profissionais qualificados, aqueles que possuem conhecimentos e habilidades na área permanecem em alta demanda. Além disso, a falta de candidatos qualificados, com experiência em blockchain e criptomoedas, também tem levado as empresas a disputar talentos entre si. “Com 20,6 mil novos empregos de TI criados nos primeiros três meses de 2019, o mercado está apertado”, disse Victor Janulaitis, CEO da Janco Associates. “Há uma escassez de habilidades, e alguns projetos estão falhando por conta da falta de talentos.”

No ano passado, o trabalho de desenvolvimento de livros contábeis distribuídos ficou em primeiro lugar entre as 20 principais competências que mais crescem, conforme apontado pelo site de vagas freelancer Upwork. O LinkedIn também classificou o desenvolvedor de blockchain como o trabalho emergente número 1. Na mesma linha, uma pesquisa salarial da Janco Associates revelou que os cargos de desenvolvimento e gerenciamento de blockchain continuam em alta demanda.

“Desde a codificação de contratos inteligentes, o design de interfaces de usuário para aplicativos de criptomoedas, até a criação de aplicativos descentralizados (dApps) que se comunicam com blockchain, não há falta de trabalho”, declarou Cavin. Segundo os especialistas, para aumentar as chances de conseguir um trabalho no setor, os candidatos devem se familiarizar com criptografia básica, redes P2P e linguagens como C++, Java, Python ou JavaScript (junto com certas habilidades de criptografia).

“Para se destacar, aprenda novas linguagens de desenvolvimento de blockchain, como Hyperledger, Bitcoin Script, Ethereum’s Solidity, Ripple ou mesmo linguagens em desenvolvimento, como a Rholang, para ficar à frente da curva”, concluiu Cavin.

Fonte: Computerworld

13 de novembro de 2019