A LGPD em tempos de home office

A entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) se dará a partir de 1º de janeiro de 2021 e as respectivas sanções somente a partir de agosto do mesmo ano se aprovado na câmara dos deputados e sancionado pelo presidente da república. Os prazos são curtos e apertados para completa adequação, novamente.

O simples fato de um ser humano, hoje, poder estar em casa, seguro, saudável, com emprego e poder trabalhar em home office já é uma benção e não deveria ser desperdiçada com procrastinações. Podemos e devemos fazer a economia girar, mesmo estando em casa.

Não foi o CEO, nem o CMO, muito menos o CIO que revolucionou como as pessoas deveriam trabalhar nestas últimas semanas. Foi um vírus real, perigoso e de altíssima propagação que criou uma nova necessidade para a sobrevivência dos negócios. De certa forma, era o próprio ser humano que lutava contra esta transformação mesmo sabendo que era fundamental e que poderia reduzir custos.

O mesmo acontece com a LGPD, pois ela veio para tentar mudar o comportamento do ser humano em um campo da nossa vida cotidiana: a segurança dos dados pessoais e, ao mesmo tempo, tentar impulsionar as organizações a se transformarem na maneira como executam seus processos de negócios. Reparem, neste momento, durante a pandemia, quem são as organizações que conseguem se manter ou crescer? Só aqueles que já tinham negócios ou processos, principalmente digitais, bem estruturados.

Contudo, cadê a segurança da informação do home office? Nossos colaboradores que estão emitindo as notas fiscais da empresa estão realmente protegidos? Então isso sim é assunto para acelerar o processo de adequação à LGPD e não procrastinar.

Vamos aproveitar o tempo de home office e encaminhar este processo de adequação à legislação o mais rápido possível, pois mesmo que a lei seja postergada, o trabalho ainda estará lá para ser feito. Mais cedo ou mais tarde, todos teremos que enfrentá-lo. Sejamos os primeiros a nos adaptarmos a um novo mundo e a um novo paradigma de trabalho, sem procrastinação.

Fonte: Jornal do Comércio – Reges Bronzatti, Coordenador do Grupo Assespro-RS de Segurança e Privacidade de Dados

25 de maio de 2020