Conheça as áreas da TI com mais chances de emprego até 2023

Levantamento da Associação Catarinense de Tecnologia estima que serão abertas 16,6 mil novas vagas em TI até 2023; metade para desenvolvedores

A Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE) acaba de apresentar um panorama sobre os profissionais de TI mais demandados e competências mais valorizadas pelo mercado. O levantamento indica que as empresas da base tecnológica do Estado abrirão 16,6 mil novas vagas até 2023. Mais da metade são para desenvolvedores de software.

A pesquisa aponta que as posições em alta são desenvolvedor full stack, back-end e front-end, seguidas por analista de serviços/suporte TI e analista de negócio.
Quando o assunto é competências dos candidatos, as mais requisitadas
são: metodologias ágeis, experiência profissional na área, habilidade em
execução de projetos e domínio de linguagens de programação, além de
inglês e formação acadêmica.

A média salarial para a área parte de R$ 3 mil, ficando acima da
remuneração de outros setores. “São postos que podem representar um
ganho significativo para as famílias e auxiliar na retomada econômica no
período pós-pandemia. É fundamental o apoio de todos – governo,
empresas, entidades e academia – na formação desses profissionais”,
enfatiza o presidente da ACATE, Iomani Engelmann.

O levantamento da ACATE entrevistou de 228 empreendedores do setor,
com apoio de professores da Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC). A iniciativa também identificou as soft skills (habilidades interpessoais) mais valorizadas pelo mercado: resolver problemas (resposta dada por 90,8% dos respondentes), seguida por trabalho em equipe (78%) e proatividade (68%).

Profissionais disputados

A área de controle de qualidade é uma das profissões de TI mais em
alta, como mostra o mapeamento. De olho nas oportunidades, Raphaela
Penteado, de 24 anos, buscou se aprofundar nas competências exigidas.
Hoje trabalha como analista de controle de qualidade na HostGator,
provedora mundial de hospedagem de sites e serviços para presença
online, onde é responsável pelo desenvolvimento e aperfeiçoamento de
produtos.

“Nunca fiz cursos especializantes, sou autodidata. Fui atrás da
informação a partir da volumetria do mercado, entendi as exigências,
estudei os conceitos e me lancei a prática”, conta, hoje graduanda de
Engenharia da Computação.

Os desenvolvedores também então no foco das contratações. Segundo
coordenadora de DHO da Supero Tecnologia, Bárbara Daniel Vieira, o
trabalho remoto acirrou ainda mais disputa por eles: “as empresas
brasileiras passaram a concorrer com organizações estrangeiras, que
pagam em dólar ou euro, duas moedas valorizadíssimas, em relação ao
real”.

Ela pontua que os mais experientes, de nível pleno e sênior, sequer
têm procurado por oportunidades, pois propostas de trabalho chegam até
eles espontaneamente. Oferecer flexibilidade, convênios e apoio à
formação são atrativos na hora de contratar e manter esses profissionais
nas organizações.

Tomás Ferrari, CEO e fundador da GeekHunter, plataforma de
recrutamento especializada na contratação de profissionais de
tecnologia, ressalta que houve uma mudança nos pré-requisitos para
contratação, sendo que a graduação deixou de ser mandatória diante da
oferta de diversos cursos intensivos na internet e escassez de mão de
obra.

“Mas, o mais importante é que o profissional precisa ter habilidades
interpessoais, saber resolver problemas e ter altíssima adaptabilidade,
principalmente porque ele vai precisar se adaptar às mudanças de
tecnologias, que ocorrem o tempo todo”, finaliza.

Idioma inglês

O conhecimento na língua inglesa, por outro lado, é uma demanda para
20,27% das empresas que procuram profissionais em TI, mostra o estudo.
“Pedimos que o candidato entenda inglês no nível técnico, que é a
capacidade em compreender as demandas e reportar para seu superior”,
explica Silvia Petreca, tech recruiter da startup LogComex, que está em
processo de internacionalização e oferece aulas de inglês para preparar
colaboradores.

“Ter profissionais que falam inglês é do nosso interesse, então
queremos prepará-los para continuar conosco nessa jornada. Muitas
empresas exigem o idioma, mas não se disponibilizam a ajudar os
colaboradores no aprofundamento da língua”, completa.

 

  • Fonte: Computerworld
  • Foto: Computerworld
  • 30 de agosto de 2021