Privacidade e segurança são desafios para Metaverso

Com uma perspectiva de movimentar globalmente US$ 758,6 bilhões em 2026, o Metaverso fascina os usuários diante da possibilidade de aproximar ainda mais o mundo físico do digital. Mas, para avançar na velocidade esperada, o ecossistema deverá vencer alguns desafios.

O estudo Demystifying the Metaverse, da Infosys, consultoria global, aponta temas como privacidade de dados, identidade pessoal, segurança do usuário, de rede e plataforma e a ética e a fraude financeira no desenvolvimento do metaverso como pontos que precisam ser considerados para essa evolução por meio de aplicativos que oferecem colaboração da força de trabalho, design e desenvolvimento de produtos, fabricação, logística, vendas e marketing e varejo.

As vantagens desta inovação, segundo o head de infraestrutura e cloud da empresa, Glauco Volpe, incluem a possibilidade de contar com recursos que, até então, permaneciam apenas no imaginário popular.

“Muito se fala sobre o metaverso como forma de entretenimento. É verdade, mas ele irá além. Haverá a possibilidade de realização de atendimentos específicos para a saúde, como cirurgias assistidas e acompanhamentos com pacientes no novo ambiente. Além disso, professores poderão contar com recursos de imagens, vídeos e visualização 3D para ministrar aulas. Será algo revolucionário e inovador, que trará benefícios para todos”, explica.

No entanto, Volpe reconhece que, para que todos os recursos funcionem de forma correta, é preciso considerar fatores como segurança e privacidade, além da tecnologia em si, que deverá exigir ainda mais dos dispositivos já existentes.

“O cenário é muito promissor, mas o metaverso ainda está nos estágios iniciais de desenvolvimento. Ainda temos que enfrentar desafios relacionados à cultura, à tecnologia e ao acesso”, acrescenta.

Para a Infosys, o metaverso terá três camadas: conectividade, com 5G e satélites provendo redes ultra rápidas e confiáveis; computação, com grande uso de cloud e edge computing; e, por fim, aplicação com conteúdo 3D. Essas três camadas serão suportadas por outros facilitadores e integradores de sistemas operando sob uma estrutura abrangente de tecnologia segura e sustentável, o que irá permitir as cenas vislumbradas pelo executivo.

Ainda restrito ao entretenimento, o metaverso tem possibilitado a negociação de ativos digitais, como NFTs relacionados aos e-sports e até mesmo a realização de shows dentro do espaço de jogos.

A expectativa é que o seu desenvolvimento permita uma ênfase maior na construção de comunidades nos aplicativos de jogos e na resolução de problemas do mundo real, por meio da convergência de várias tecnologias em rápida evolução, incluindo computação espacial, computação contínua e de ponta em nuvem, realidade aumentada (AR) e realidade virtual (VR), redes 5G/6G, Internet das Coisas (IoT), blockchain, inteligência artificial (IA), entre outros.

“Todas essas inovações, aliadas a práticas de segurança que estão em constante aprimoramento, vão contribuir para que essa estrutura seja abrangente e conte com recursos de tecnologia segura e sustentável, o que vai permitir ainda mais inovações que ainda nem estamos considerando neste momento”, completa Volpe.

 

  • Fonte: Jornal do Comércio
  • Imagem: Freepik
  • 25 de julho de 2022