RS terá edital para formar startups de semicondutores

Há décadas existe um movimento no Rio Grande do Sul para a construção de um ambiente sólido na área de semicondutores – que já teve seus melhores momentos, é bem verdade, com a expectativa criada em torno da Ceitec, mas acabou arrefecendo. Agora, o foco é voltar a acelerar, e uma das primeiras medidas nesta direção será formar empreendedores para atuar nesta área.

Nos próximos dias, o governo do Estado, por meio da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict), fará o lançamento de um edital para a capacitação de pessoas. Os valores e outros detalhes do documento ainda estão na fase final de construção.

“Precisamos de mais talentos para que novas empresas se instalem aqui. Esse edital busca capacitar pessoas nessa área porém, mais do que isso, queremos formar empreendedores e fomentar a criação de startups para atuarem nessa área”, comenta a líder da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict), Simone Stülp.

O desenvolvimento de um programa estadual para impulsionar a área de semicondutores foi discutido essa semana por um grupo de trabalho liderado pela Sict e integrado por representantes de outras pastas do governo estadual. Simone, que conduziu a reunião, apresentou os objetivos da iniciativa e um panorama do setor.

Ela explica que, este novo ciclo da gestão de Eduardo Leite, o foco é seguir olhando atentamente para setores tradicionalmente estratégicos para o Rio Grande do Sul, como agronegócios e saúde, mas sempre conectado com as tecnologias portadoras de futuro. “A área de semicondutores tem uma grande importância para o mundo e queremos que o Estado esteja dentro deste cenário de competição global”, relata.

Entre janeiro e fevereiro deste ano, foram feitas rodadas de conversas com diversos atores da área, como empresas, universidades, programas de pós-graduação e institutos de pesquisa. E ficou clara, segundo Simone, a necessidade da criação de um programa estadual para pensar o futuro do setor.

“O edital é apenas a primeira ação concreta. Esse grupo vai além, queremos ter uma política pública instituída para a área de semicondutores, envolvendo outras secretarias e com iniciativas de capacitação, estratégias de captação de novas empresas e fomento à Pesquisa e Desenvolvimento (P&D)”, destaca Simone.

E a Ceitec? O programa de semicondutores que vem sendo desenvolvido não tem relação direta com o Ceitec. De acordo com a secretaria, o governo do Estado se colocou à disposição para participar de um grupo de trabalho para pensar a estratégia de retomada da empresa – que entrou em processo de liquidação no governo de Jair Bolsonaro. Mas, a ingerência é do governo federal.

“A Ceitec ajudou a gerar capital humano, programas de pós-graduação no Rio Grande do Sul consolidados e empresas. Nos propiciou poder repensar o Estado a partir dessa perspectiva, agora precisamos aguardar os próximos passos”, destaca Simone.

 
 
  • Fonte: Jornal do Comércio
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  • 26 de abril de 2023