Terceirização é o que resta para as empresas na falta de talentos em TI no Brasil

As empresas estão tendo de terceirizar para contratar profissionais de TI no Brasil, revela estudo feito pela Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES) e pela IDC. O levantamento também apura que a retenção dos talentos também tem sido uma tarefa ingrata para as companhias.

O estudo aponta que faltam profissionais para  serviços de TI, tais como aplicações/aplicativos, segurança da informação, infraestrutura de TI, nuvem, suporte técnico, redes/sistemas, IoT (Internet of Things), ciência de dados, transformação digital e Inteligência Artificial (IA).

De acordo com Fábio Martinelli, Líder dos programas de Software e Cloud Computing na IDC, a concorrência por profissionais qualificados cria um desafio na retenção de talentos. “O setor de TI tem crescido em termos de importância nas estratégias de crescimento das empresas. Entretanto, com a aceleração tecnológica e a necessidade de maior alinhamento com os negócios, acentua-se a lacuna de profissionais com qualificação técnica e comportamental requerida pelas empresas”, declarou.

O estudo sugere que a perda de agilidade e a dificuldade para inovar são os principais impactos causados pela lacuna de habilidades dos profissionais de TI. Os principais gaps na atualidade se alinham às prioridades estratégicas de TI para atender às demandas do negócio. E 78% das empresas analisadas declararam ter contratado serviços gerenciados ou serviços profissionais de TI para cobrir as lacunas de habilidades técnicas existentes.

Quase 40% das empresas têm posições disponíveis em TI e isso se acentua nas grandes empresas. Em relação às contratações, as empresas têm uma área de TI enxuta e há disposição para compor um time composto por profissionais em diferentes momentos na carreira.

Setenta e sete por cento das empresas entrevistadas estão dispostas/preparadas para a contratação de jovens em programas de inclusão social (essa porcentagem cresce para 87% entre as empresas de médio porte); 87% das empresas estão dispostas/preparadas para a contratação de jovens aprendizes; e 67% das empresas estão prontas/dispostas a contratar engenheiros/especialistas da área de TI com mais de 50 anos.

O levantamento diz ainda que a maior parte das empresas têm mais de uma fonte de busca por profissionais, sendo que o processo de indicação tem grande influência. Entre as fontes mais utilizadas pelas organizações na busca por profissionais de TI, 84% das empresas realizam processos internos para recrutamento e seleção (o número sobe para 91% quando falamos de empresas de médio porte).

Entre os modelos de contratação de funcionários de TI mais utilizados pelas empresas, as empresas de médio porte têm maior preferência pelo modelo CLT (91%) e menor pelo modelo PJ (38%) quando comparadas com as grandes empresas (84% e 45%, respectivamente).

O estudo Força do Trabalho, da ABES/IDC, ouviu 100 executivos com influência ou poder de decisão na contratação e gestão da força de trabalho do departamento de TI, de empresas brasileiras com pelo menos 100 funcionários.

 

  • Fonte: Convergência Digital 
  • Imagem: Freepik
  • 08 de julho de 2022