Não faça Marketing Digital. Faça Marketing Inteligente.

Até porque - e lá vem a afirmação de impacto – “Marketing Digital” não existe.  O que existe é Marketing.  Ponto.

E não sou eu que estou dizendo.  É Philip Kotler.  Em seu livro “Marketing 4.0”, ele deixa claro: o Digital é uma evolução dos meios, não na essência do marketing.  Assim como Ries e Trout, falando sobre posicionamento, percepção e diferenciação.  São conceitos que independem do meio.  Valem para um card do Instagram ou para um Outdoor na estrada.  O que vale é o entendimento da essência e a transformação em estratégia.

Então, o Marketing é a base.  O Digital é, com louvor, uma significativa evolução nos meios e formas de execução.  Táticas e canais mudaram, multiplicaram-se, mas a essência continua a mesma.  Por vezes, com novas roupagens.

Um exemplo bem conhecido é a famosa "Jornada do Cliente", tão propalada pelo “Marketing Digital”.  Ela é uma evolução do conceito de "Comportamento do Consumidor", estudado há décadas no marketing tradicional e nas faculdades de Publicidade e Propaganda.

Assim como o mais disseminado ainda “Funil”, com o “Topo de Funil”, “Fundo do Funil”, e outras variantes. O conceito de Funil de Vendas foi criado em 1898 por Elias St. Elmo Lewis, com o modelo AIDA (Atenção, Interesse, Desejo, Ação).  Então, perceba, essa estrutura conceitual já estava aí mais de 100 anos antes do marketing digital.

Por que é importante pontuar estas delimitações?  Porque o mercado de Marketing Digital foi inundado por simplificações, distorções e promessas fáceis, banalizando e precarizando conceitos.  E, por consequência, arruinando resultados.

Na era dos “Infoprodutos”, “Micro SaaS” vendidos em milhares de vídeos caça-níqueis de YouTube, ou até mesmo por agências e profissionais praticantes do marketing digital raso, conceitos estratégicos foram transformados em fórmulas mágicas simplificadas e ilusórias. 

O fato é que operações de marketing sérias não se resumem a uma Landing Page “de alta conversão”, uma cadência de emails chatos e sem noção, mais um botão de checkout.

Assim como nenhuma estratégia de marketing inteligente considera que as pessoas decidam suas compras linearmente, do topo ao fundo do funil, sem desvios, nem emoções, impulsos ou contextos absolutamente diversos, extrapolando qualquer aprisionamento em “Personas”.

As verdades inconvenientes: a Jornada do Cliente não é um trilho, mas um labirinto; o Funil é uma representação relevante e útil, não um processo real fixo; algoritmos ajudam, mas não vendem; quem vende é você, e leads são gente, não métricas, meramente.

Agora que temos algumas desconstruções feitas, e algumas reconexões teóricas efetuadas, vamos ao marketing que realmente importa: o Marketing Inteligente.

Que tal revisitarmos fundamentos do marketing tradicional, além do Funil, da Jornada, mas Awareness, Consideração, Tomada de Decisão, CAC, LTV, Retenção, Comportamento do Consumidor, Canais, Posicionamento, Segmentação, Proposta de Valor, Branding, dentre outros, e amplificar o potencial deles com as ferramentas digitais, velocidade, conectividade, escala, personalização e dados?

Não parece fantástico? E é!  Aqui fazemos o encontro do clássico com o novo, num jogo de multiplicação e de ganhos.  Lançamos mão do conhecimento consagrado, consolidado e aprofundado, aplicado em ambientes dinâmicos, automatizados, flexíveis, mensuráveis e poderosos. O Marketing de verdade + o Digital inovador.  Marketing Inteligente, e não Marketing Digital.  E nem Marketing clássico. Marketing evoluído com o Digital e o Digital potencializado pelo Marketing.

O conhecimento dos conceitos e dos fundamentos, aliados ao Digital e à tecnologia, nunca fez tanta falta.  E, por outro lado, nunca trará tanta vantagem para quem souber aplicá-los em conjunto e em harmonia.

Por Ricardo de Bem - Diretor de Integração de Ecossistemas da Assespro-RS e Fundador & CEO da Divex